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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Traduções e as bizarrices.


Ah, as traduções são mesmo supimpinhas, não? Almas abnegadas dedicam suas vidas ao ofício de trazer até nós as mais diversas mensagens vindas de todas as partes do mundo no NOSSO idioma.

Até eu obter o mínimo conhecimento de Inglês (e um pouco de outros idiomas) confesso que eu era totalmente crédulo nas traduções feitas (cara, acho que a palavra traduções até merecia umas aspas). Lembro-me de ser bem jovem (ainda sou, heim!) e ver a nossa amada rede globo (déficit de aspas aqui também) anunciar um filme com Macaulay Culkin (a criancinha prodígio da vez na época) chamado: Meu primeiro amor.

Fiquei feliz. Feliz porque novamente eu teria a oportunidade de ver um filme no meu idioma sem ter que boiar feito vitória régia na lagoa durante as falas. Começou a sessão e, em português, uma voz fala melosamente “Meu primeiro amor” enquanto a tela com o título original mostrava “My girl” e, se eu não me engano até aquela famosa música do Temptation tocava na bodega. Mas, heim?!? Como “My girl” virou “Meu primeiro amor” ? Talvez por que fosse a relação entre as crianças e da visão do loirinho estrela? Citando Lex Luthor/Kevin Spacey: WROOOOOOOOOOOOOONG !!!! Errado. Nada disso, gafanhoto.

Considerando que esse filme tem quase a idade da atual constituição nacional, vou contar o que acontece mas, NÃO É SPOILER (Informações que tiram surpresas de filmes). O negócio do filme é o relacionamento da menina, obcecada pela morte com seu pai, e o menino é seu melhor amigo (Aliás, surreal o garotinho morrer na metade do filme atacado por abelhas – Cara, mataram o “esqueceram de mim” na metade do filme!!! Ahehaeha).

O beijo que rolou entre as crianças no anúncio? Bullshit! Foi um momento tão sem contribuição na história (Além de muita safadeza anunciar o filme como do menino de ouro do momento pra atrair público)!

Entre outras safadezas? Acapulco virou Guarujá naquela famosa seqüência em que a galera do Chaves viaja para um luxuoso hotel. Olha, aceito que traduções não possam sempre ser feitas exatamente ao pé da letra (muitas se tornam bizarras justamente por isso) e algumas alterações são necessárias, mas calma lá!

E eu já vi dubladores/defensores da dublagem (que particularmente, odeio) alegarem que é pela nossa língua, que dubladores são, na verdade, atores e nhém,nhém,nhém... Eu respeito, e muito, dubladores, quem não saca nada de outros idiomas tem neles a chance de entender os textos, mas os que me irritam são aqueles que, além de parecerem meros leitores das falas sem emoção, tentam modificar até o jeito de falar dos personagens... É triste, saca? O Ross de Friends não fala daquele jeito afetado e a maioria, sim, daqueles que se auto-alegam atores, usa sempre o mesmo jeito de falar pra personagens diversos... Se fechar os olhos, você pensa que Bruce Willis é Dustin Hoffman, por exemplo! aehaiuehiauheiauheaiu

Faz lembrar que a família Dinossauros era, na verdade Sinclair e que um tempo (muito) atrás Peter Parker era Pedro Prado...Aff... Um maluco no pedaço, na verdade é Fresh Prince of Bel Air (Will Smith sabe disso?); Full house virou Três é demais (Cuma? A casa era cheia de gente com vários protagonistas!), Elas e eu é, na realidade, All of us...iiiiixi....por aí vai.

Num vale reclamar depois que eles acham que somos índios mulatos à beira da praia na amazônia, capital Buenos Aires curtindo samba no alto de morros, favelas e palafitas !!!

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