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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cigarro mata...


... e só? Você diz que cigarro mata – com a naturalidade com que diz ‘violência só gera violência’ – e não reclama de refrigerante, bebida alcoólica ou dos programas humorísticos da TV aberta?

Pois, eu te digo: Isso e muito mais ferra a vida de modo impressionante. Cigarro detona seu corpo inteiro por dentro sim. Bebida alcoólica também. Mas, e o refri? E o petisco industrializado? Não existe área proibida pra isso? Pode consumir à vontade sem bronca?

Bem, vamos adentrar (UIA!) de vez no assunto. O maldito tabagismo rende uma grana violenta (e, de vez em quando, admito, contribuo), mas o álcool etílico mata por atacado. Não entendeu? Titio Garcia expRica: Você fuma e afeta, é verdade, quem estiver no mesmo ambiente – principalmente, se for fechado. Acontece que ninguém fuma dois maços de cigarros e afunda os cornos em alguma superfície concreta. Em suma, não há registro de quem provocou ou sofreu alguma batida de carro por fumar (bem, sei lá, só se o camarada resolveu acender um e se atrapalhou com a fumaça, mas, aí, é problema de imbecilidade prejudicando o trânsito).

Você não detona um carro a zil (é, com Z meRmo) por hora matando a si mesmo e seus caronas (exceto, é claro, no já citado exemplo de trapalhadas fumacentas) com um cigarro e um isqueiro na mão. Agora, vemos frequentemente pessoas que bebericaram uns negócios aí e chaparam muito mais do que deveriam (se entende a sutileza). Ao passo que – sabiamente – o fumo não recebe mais incentivo de propagandas (ainda mais absurdas como a associação a esportes), a cervejinha sempre dá o que falar com lindas modelos e atrizes carismáticas exaltando o maravilhoso mundo da alcoollética.

No geral, no geral, a dobradinha tremendona de baladas, nights, boas, saídas, farras e gandaias por aí, é tanto veneno quanto cura (depende do seu estado emocional, quantidade da dose e intenção). Só que tanta campanha contra o tabaco e tão pouca contra o álcool é algo em intenso desequilíbrio. Não conheço quem tenha partido pra porrada com alguém depois de fumar até os dentes caírem, mas conheço vários casos de espancamento de familiares e tals após porres infelizes. Acho que isso merecia uma campanha, tipo, “a bebida em excesso causa a destruição de seu lar”. Imagina isso na parte de trás da garrafa/latinha/latão de cerveja! Bem como já fazem nos maços de cigarros.

Sempre que alguém, principalmente jovens, porram seus carros vindos de festas arregadas levantam-se inúmeros questionamentos, lamentos e protestos quanto à idade pra se beber, fumar, dirigir e ser preso. Devemos lembrar que os “Euases” sempre são a referência nessas comparações, mas lá, a maioridade penal é de 16 – bem como pra dirigir – e pra beber precisa ter 21... não deve estar na idade o problema, e sim, na cultura. Pense com o Garcia: Você estende um letreiro proibindo venda de bebidas e cigarros a menores de idade e outro pra beber com moderação e não dirigir, mas, só lembra dos malefícios em campanhas especiais. Enquanto isso, a indústria do tabaco e do álcool massificam sua ideologia durante o ano todo. Final de semana tem o ano todo, mas não são todos que nos chocam com mortes estarrecedoras.

E ainda não entrei no mérito (!) das drogas não lícitas.

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