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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Pesquisas de opinião


Alguém se habilita a me dizer pra que servem as malditas pesquisas de opinião quando eleições se aproximam? Teeempoooo... tic-tac-tic-tac... Ninguém? Não?

Pois bem, conjecturei algumas causas e conseqüências das pesquisas encomendadas aos institutos de pesquisas da praça para utilidade funcional nenhuma – pelo menos não de uma forma limpa e ética, mas estou me adiantando. Confiram:

O eleitor médio (e alguns não tão “Homer/Lineu Silva” assim) vê as pesquisas e seus resultados. Rapidamente, vem a reação a quem está em primeiro, segundo e, se seu candidato não estiver nessas posições (UIA!), as posições finais (se contabilizar pelo menos 1% dos entrevistados). Gostaria de dizer que seu candidato em primeiro lugar nas pesquisas não influencia a vida de ninguém já que você já estava convicto. Agora, se seu preferido não figurava no topo dos resultados, ou se você estava lá naquela galera dos “votos brancos, nulos e indecisos”, a coisa fica um pouco mais complexa. Próximo parágrafo destilando o soro da pretensa verdade paranóica é com você.

Seu candidato em segundo nas pesquisas (ou em terceiro se a disputa estiver acirrada) ainda te dá esperanças de votar por um mundo melhor. O problema é quando você vai votar em quem mal aparece pontuando na tabela. Aí, a maioria pensa logo “Cara, porque eu vou votar nesse cara, ele não vai ganhar mesmo, é tudo igual, ninguém presta, a Globo manipula as mentes, povo sem memória, salvem as criancinhas...”. Sabe, isso faz brotar (ou melhor, ativar) a mania de futebol inerente ao ser: Só o primeiro lugar vale, vice e último são a mesma droga. Pensando assim, cansei de encontrar gente querendo votar nulo, em branco ou em quem estava em primeiro nessas máquinas de persuasão.

E é sobre persuasão que eu falo agora. As mídias não te orientam a se concentrar nas campanhas, no caráter ou no histórico do pretendente a um cargo público (sim, são funcionários públicos, não donos do continente). As pesquisas só mostram quem está liderando, mas, adivinha só: Não entrevistaram todos os eleitores. E o que essa observação óbvia traz? Ora, gafanhoto, eles entrevistam 800 pessoas (talvez 500 no centro da cidade e pequenas frações ao longo das periferias, subúrbios e tals) e saem com resultados do tipo “Se as eleições fossem hoje, blá, blá, blá, pereré pão duro”. Ma, Cuma?!? E se o total de eleitores na ativa fosse 2000? Haveria a possibilidade de os outros 200 mudarem os resultados.

Concluo dizendo que se, numa pesquisa hipotética (Rá, e qual delas não é?!), 60 pessoas forem entrevistadas determinando alguém como líder, podemos pensar que se a população for de 100 eleitores, 40 pessoas foram ignoradas – o que poderia fazer uma diferença relevante. Aí você pode retrucar: “Ma, FGarcia®, é praticamente impossível entrevistar tooodos os eleitores, principalmente nos grandes centros urbanos ou confins rurais”. E eu digo, olha, iluminado, se vai passar dados incompletos ou hipotéticos, por que não te calas? Como todo jornalista (mesmo em formação), aprendi que não se passa ‘mais ou menos’ uma notícia. Dados incompletos e especulações manobram a opinião de quem só acha o voto válido se for pra quem ganhar (sempre penso em quantas pessoas vibraram com o Botafogo líder do Brasileirão 2007 – Há-há!!!) e tem o nome técnico de (valei-me todos os santos: Nelson Rubens, Leão Lobo, Jussara Carioca, etc) FOFOCA.

Quero encomendar uma pesquisa pra saber a porcentagem da utilidade das pesquisas de intenções de votos.

Um comentário:

Unknown disse...

Fernando três boas questões:
1) Já conversou com um técnico pra saber como se faz uma pesquisa?
2)Se a pesquisa é tão importante para o eleitor mediando(homer) poque tão pouca gente sabe quem são os candidatos e sua colocação nas pesquisas? Faça uma pesquisa perguntando pro seus amigos sobre as pesquisas que conhecem e sobre as posições dos times no campeonato brasileiro. Mais pergunte quantos já mudaram de candidato em função de pesquisa.
3) A despeito do resultado negativo do item 2, por que nenhum político profissional abre mão de pesquisas, mesmo as que não são divulgadas, inclusive gastando dinheiro?
Espero replica! rsrs
Abraço

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