Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Novidades televisivas '09


Essa vai para a série “Não vi e não gostei” que estou, solenemente, estabelecendo aqui. Não há uma periodicidade, mas sempre que as forças do mal... er... sempre que a programação televisiva me provocar eu tô aí pra tirar uma com a cara “deles”.

• TV Globo => Falar da Globo é fácil, pois tem a maior visibilidade do Brasil. Ou daS ÍndiaS. “Caminhos do Clone” me oferece a “inédita” (aspas, percebam as aspas) situação: Moncinho papa mocinha, logo depois ela se casa com alguém que a família obrigou, mas vai estar grávida do garanhão. Ou seria do pangaré? Bem, se o negócio era mostrar mais uma história de amor impossível atrapalhado por costumes fundamentalistas, pra quê escrever naS ÍndiaS? E porque o nome no plural? Podemos esperar pra daqui a dois anos algo como “Japão, terra do sol nascente?” (Se pintar mesmo, eu processo!” ;) Faz sentido. Depois de uma passagem de tempo, começam os encontros e desencontros – enquanto vão se reproduzindo com metade do elenco. Nem vou me aprofundar no assunto Malhação, já que é tão eterno quanto o BBB e tão repetitivo quanto. A Sessão da Tarde, com seus filmes de bichinhos esportistas e crianças mágicas também merece menções.

• TV Record => Nada mais justo que deixar em segundo lugar a emissora que persegue isso. A emissora dos mutantes mais esquisitos da ficção. E ainda vejo o autor Tiago Santiago falando que vem uma terceira temporada. Mas, agora é “Promessas de Amor”. Com temática incentivando a proteger a natureza, viagens no tempo, cuidados com alimentação... Ai meu Deus! Mais clichês a caminho. Falando em clichê, temos também “A Lei e o Crime”. É vigoroso e age como se fosse continuação oficial de Tropa de Elite. Com direito a narrativa em off da protagonista que é uma, adivinha, policial. A delegada incorruptível em meio a um elenco (quase) inteiro de personalidades duvidosas. O chefe do tráfico como um pai amoroso e carinhoso com a esposa titular parece mais mocinho do que qualquer outro. É surreal. Além do elenco e de diversas produções, a Record resolveu fazer igual à líder e sonhar alto... O problema é que ainda falta uma identidade própria. A emissora do bispo fica numa de tecnologia Globo com oportunismo SBT. Ficou no meio do caminho.

• SBT => Já que citei a simpática emissora do baú, nada mais justo que fazer uma menção honrosa (ou horrorosa) à sua programação. Temos a novela da esposa do Senor – que nem a protagonista assiste - um programa com a clássica configuração “Hoje em Dia” chamado “Olha Você” – acho que o nome “Mais Você” já tinha sido usado - marionetes... er... crianças vendendo brinquedos para outras crianças e muchas cositas mas. Agora, o que me incomoda mesmo são as empresas que anunciam na “Sessão Premiada”. É repugnante ver alguns atores desafinados cantando “Só Você”, a música que nomeia o perfume assinado por Fábio Júnior. Cantam tão bem quanto um balde d’água caindo no gramado. E aquela do Magrins? Passava há uns meses. Duas amigas. Uma delas, no provador de roupa, com dificuldades de vestir uma calça. A outra, de fora, recomenda o uso do tal emagrecedor. Tudo muito canastrão. A mina que descreve os benefícios do medicamento “cospe” as vantagens como um vendedor de carros ansioso e a “gordinha” do provador não convence com seus gemidos pouco emocionantes.

Dá pra falar (escrever!) mais, mas vou deixar pra uma próxima.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Psicanalisando: Os Mutantes (não a banda)


A bagulho mais clichê e canastrão desde o surgimento do “estilo” de pagode mela-cueca (e sua versão com guitarra, comumente chamado ‘emo’). Não, não estou falando de malhação (não ainda), nem das chamadas de filmes da sessão da tarde. Mas, também, trata-se de uma galerinha irada que apronta as maiores confusões numa aventura cheia de loucuras e agitos da pesada. Falo de (argh!) Os Mutantes.

Sério, meu prêmio para tramas e textos repetitivamente estúpidos (o Troféu-Babaquice ´09, se preferir) já tava indo – como é de praxe, tradição, pompa e circunstância – para Malhação, saca, aquela novelinha que não mostra uma academia há trocentos anos e ainda mantém o nome besta. Por mais uma temporada com “atores” crus e enredos pífios e banalizadores da natureza humana, a novelinha da Globo merece sempre, pelo menos uma menção honrosa – ou horrorosa – pelo controle de (falta de) qualidade da atraçãozinha que produz rostinhos bonitinhos – ou só pop – para o mundo e superlota o mercado de atores sem necessidade. Mas, Os Mutantes é algo pior. Chega a ser maligno o modo como o troço é feito e a falta de capricho – ou só cara de pau mesmo – que apresenta. Gente do céu, é muito ruim. De um amadorismo que nem o SBT consegue com a insossa Revelação (que tem um motivo pra ter ido pra frente... Ma, Oooeeee, vai pra lá, vai pra lááá).

‘Os Mutantes’ surgiu como uma descarada tentativa de pegar carona no sucesso de séries importadas bem como Lost, Heroes e tals. Quando ainda era uma novela (é, quando acabou, virou série. Igualzinho aos mutantes dos gibis que nunca morrem de verdade) a bagaça já dava indícios de que seria de uma canastrice ímpar. Dava pra notar todos os elementos copiados: prisioneiros numa ilha sem chance de fuga, pessoas com poderes especiais lutando umas contra as outras, cientistas loucos produzindo seres alterados geneticamente e por aí vai. Aí, começou a putaria: Vampiros, lobisomens, dinossauros, extraterrestres e outras coisas igualmente mal e ridiculamente exploradas. O nome original era “Caminhos do Coração”... clichê como “Amor e Intrigas”. Nomes genéricos e que descreveriam todas as novelas do mundo. Agora é só “Os Mutantes (por um tempo, com o complemento do nome original)”. E os textos são tão bobos que constrangeriam até os caras do Casseta – já fomos bons nisso – e Planeta. Coisas como “Pega leve, delegado, violência só gera violência” ou “Nossos irmãos são os melhores amigos que temos”. Putz, cara, e como duram... não sei se é por serem ruins ou se são longos mesmo.

Enfim, eu não assisto e passei pelo canal por acidente. Mas, como estão anunciando as últimas semanas da trozoba, resolvi ver a quantas andava o negócio. Só pude perceber que incluíram gêmeos malvados e coisas como “liga do bem” e “mutantes do mal”. Ah, a “liga do bem” faz uma espécie de oração antes de irem para a ação. Não sei como não aproveitaram o largo filão e não nomearam a protagonista de “boazinha” e sua irmã gêmea do mal como “gêmea malvada”. A novela, aliás, série, poderia se chamar “série” e a Record poderia se chamar “emissora de televisão”. Talvez por ter metade do elenco da Globo, e muita gente que pintou em Malhação, o nível simplório seja natural para os produtores. Agora o que me surpreende mesmo é a quantidade de nomes que aparecem nos créditos como “escritores”. Aff, deve ter uma dezena de nomes e só saiu aquilo?! O.O .

Seguindo o lance da clichezada e das frases feitas compradas em camelô, eu digo: Drogas, tô fora!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E O FUTURO CHEGOU


Não é legal como o futuro parecia brilhante? A ficção – e alguns nerds, profissionais ou não – sempre criaram aquela utopia do mundo perfeito. Máquinas interagindo e nos servindo de forma completa, carros voadores, tudo muito brilhante e tudo muito próspero, né? NOT!

A ficção fez o que uma obra da própria ficção mostrou que a humanidade faria. Falo de Matrix. Na trilogia cinematográfica – e em todos os seus afluentes, nas diversas mídias *CA$HIN* - a história já começa num futuro beeem distante e esse futuro, “pós-apocalíptico/cyberpunk” acontece por causa de uma revolta das máquinas com inteligência artificial – provocadas pelo preconceito da humanidade invejosa – que se defendem e se mostram, obviamente, mais resistentes e preparados para porvir. Parece o futuro, mas só mudaram alguns elementos. Trata-se de uma espécie com poder de manipulação, incapacidade, ou preguiça, para fazer por si só e que domina/escraviza uma espécie com outros interesses e capacidades menos voltadas para domínio e colonizações. Quantas vezes não vimos isso? O futuro da TV repete o passado – e presente – de ricos dominando pobres, brancos subjugando negros, Lex Luthor enrolando Superman e tudo mais.

Em Matrix a dominação começa do homem sobre a máquina, depois a retaliação trás a máquina para a posição de cima (UIA!), superior e assustadora. Como diria a Legião Urbana: “O futuro não é mais como era antigamente”. Talvez, mas nem tanto. A escravidão do povo negro acabou... acharam que era mais interessante alforriar negros e dominar economicamente todo o resto. A “casta” de gente pobre – porém rica de coração, pois, é o que realmente interessa – aumentou de negros para... todo mundo. Você não entende como só te sobra migalhas enquanto tão poucos – e sem justificativa – levam o grosso (UIA!²) da economia nacional e mundial? É, bem vindo ao meu mundo. Talvez com algum choque de ordem – do tamanho do big bang, pra começar – o futuro seja realmente brilhante e organizado, por enquanto ‘ordem e progresso’ é só motivo de piadinhas com rimas infames e uma bela diferenciação da nossa bandeira para a do resto do mundo. Na verdade, os filmes mostram muito o futuro sendo em 2005, 2020, 2040... Já passamos pela primeira leva de futuros brilhantes e, acho eu, que não passamos no teste de boa conduta.

Mas vamos continuar na fé. Ou podemos tentar mudar lutando pelos nossos direitos, não dependendo da TV ou de figurinhas carismáticas da mídia. Oremos. Lembrei de Lulu Santos agora... “Assim caminha a humanidade...”. Já criaram a máquina mais cara do mundo – o tal acelerador de partículas, virtual criador de uma miniatura do big bang e, possivelmente, uma ótima torradeira nas horas vagas – e não encontraram uma cura para a AIDS ou uma prevenção efetiva para o câncer. Na verdade, nem uma solução para a fome, miséria e violência foi apresentada. Me faz pensar se essas invenções do futuro são mesmo verdade ou só especulações... porque, fala sério, todo dia alguém descobre que a solução para o stress é sorrir, mas ninguém resolve algo realmente importante. Na Etiópia, as pessoas não devem sorrir tanto quanto nos “EUAses” ou na Inglaterra, lugares de onde vêm essas pesquisas inúteis. Correndo o risco de parecer redundante: Oremos².
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