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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Abomineve Tiago das Naves


Todo mundo sabe que certas coisas ainda são empurradas para a população mascaradas pelo romantismo de tempos - e situações - que não vão voltar. Assim é com o carnaval, que as pessoas ainda acham que depende exclusivamente da beleza e organização do estilista que comanda as escolas de samba, ou os blocos de rua que estão virando micareta sem muita relação com a cultura popular, enfim... deu pra entender, né?

Assim é o futebol, que a população pegou esse maldito hábito de idolatrar pessoas que correm para chutar bolas (UIA!), a publicidade - e os clubes - vão transformando boa parte dessas pessoas em milionários sem humildade, mas com muita vontade de esbanjar e ostentar aquilo que não tiveram em suas pobres infâncias e é aí que vemos como alguém se revela diante do brilho do ouro.

Tiago Neves, o "herói" (vejam, aspas se amigando à ironia) recém-anunciado pelo Fluminense é um exemplo claro de como o antigo amor à camisa é variável de acordo com o peso da sacola de moedas que se chacoalha.

Começa assim, o referido jogador, em plena concentração com a seleção olímpica, dá uma entrevista onde explica como se sente diante de tantos colegas que atuam na Europa. Ele explica algo como "os caras falam de Real Madrid, Barcelona, Milan... vou falar de Fluminense?". Mesmo não torcendo pelo tricolor, isso me incomodou bastante.

Depois, uma vez que trocou para o Flamengo - após esnobar o Fluminense, ir para o exterior, não se firmar e voltar, de novo - aí, o bravo guerreiro da bola lança a suave tijolada: "Com o outro time, só batia na trave (...) E o Flamengo é um time acostumado a vencer (...)".

Agora é comemorado depois de o tricolor se valer de uma brilhante atuação no papel de mulher de malandro (apanha, mas sempre volta a procurar o gostosão que lhe humilhou), mas sempre há o argumento do amadurecimento, que a cabeça é outra, que está disposto a melhorar e toda aquela baboseira - que é bem melhor do que o desdém citado anteriormente. Então, O Fluzão fez de novo, e ninguém agora chora. Certo? ERRADO! Dessa vez é o Flamengo que reclama, tipo como foi com o Ronaldo Empresário, promessas e fugas pela porta dos fundos.

Eu ainda poderia ficar divagando sobre o paradoxo de se dizer que um clube é maior do que uma pessoa, mas clubes são paredes e equipamentos feito por pessoas, mas as pessoas acabam indo embora por interesse, questões de saúde, política ou qualquer outra coisa. Mas isso fica para outro post.

Beijos no cérebro!

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