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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Claudia Milllk com K?



Coisa de 4, 5 anos atrás, a modinha era as funkeiras – e demais ‘artistas pop’ se entregarem de vez às letras desafiadoras de egos. Sabe, aquelas em que meninas xingam outras meninas na disputa de atenção dos meninos bêbados da balada (que, por sua vez, só estão vendo um pedaço de carne dando mole no salão) e essas coisas.

Pois bem, ainda tem gente batendo nessa tecla, como se já não fosse bem infantilóide em adolescentes, mulheres feitas aderem a isso porque inegavelmente, o público jovem é o maior consumidor de modas de mídia. Pode ser apelativo e sem inspiração, mas não é crime, certo? Mas... e quando a coisa sai do limite? E quando em vez de repetitivo, a coisa descamba pra imitação descarada?

Pois é, é o que Claudia Leitte aprontou agora. Depois de surgir como um clone de Ivete Sangalo, tentar uma carreira internacional macarrônica, apelar se auto-intitulando ‘nega lora’, e ser a jurada mais ‘meme’ do The Voice e do mundo, Milllk vem com essa abordagem, um tanto, defasada de ‘lacradora’. Amigas minhas, fãs de Karol Conka há tempos, já usavam essa expressão, entre outras, desde esses 4, 5 anos.

Veja só a recente ‘Lacradora’, de Claudia e a anterior ‘Lista Vip’, de Conka, respectivamente. Veja que Ivete Jr. nem se importou em criar outra palavra pra, quem sabe, dar seu próprio estilo em algo reciclado. Pra quê, né?

"Lacradora":
Copo na mão
E as inimigas no chão
Copo na mão
E as inimigas no chão
Claudinha lacradora
Dando nas recalcadas
Enquanto a gente brinda
Elas tomam pisão





"Lista Vip":
O nome 'tá na lista então é só chegar
Arrasei meu look sei que vou causar
Drink na mão, inimigas no chão
Pisando firme, sente a pressão
Só falo uma vez preste atenção

Uma vez preste atenção


Não há impedimento de uma certa repetição de padrão, ainda mais quando a abordagem dá retorno financeiro e midiático, mas, gente... Imitar versos inteiros onde nem dá pra dizer que são expressões de amplo uso popular? Até Anitta, que já é um mexidão diluído de várias tendências pop internacionais segue uma linha minimamente própria.

Em suma, perseguir o sucesso não é proibido, mas a exemplo de Latino, essa busca por atenção já caiu na galhofa. Latino ainda teve um tempo que se preocupou pelo menos, em imitar quem não era tão conhecido (ele tem uma coreografia antiga baseada em Everybody, dos Backstreet Boys), pois se beneficiava no atraso que as novidades tinham pra chegar aqui antes da internet explodir como fenômeno da comunicação descentralizada. Milllk, nem isso. Ou tá presumindo errado que o público não tem internet – nem TV paga – ou já entrou no desespero da ura da febre do rato da subcelebridade carente de ficar em evidência.


Se for pra citar a irmãzinha Karol, vamos assim: Já que é pra tombar, tombei... de vergonha alheia.



Fonte: http://entretenimento.r7.com/blogs/odair-braz-jr/criticas/plagio-lacradora-sera-que-claudia-leitte-nao-aprende-nunca-07-12-2017/

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